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Demografia

A População residente, resultante de uma mestiçagem entre colonos europeus e escravos africanos que se fundiram num só povo, o crioulo, representa, segundo resultados do censo 2010 do Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde, cerca de 492.000 habitantes numa proporção de 48% homens/52% mulheres, embora à nascença a mesma seja de 51% masculino/49% feminino. Concentrando-se essencialmente nos meios urbanos (61% da população; 55% em 2005), Santiago é a ilha mais populosa, com mais de 56% dos habitantes (50% em 2005), seguindo-se São Vicente (15%) e Santo Antão (9%; 11% em 2005).



Instalados em 4.033 km2, o que resulta numa densidade populacional média de 127 hab/km2 (2010), é composta por três Grupos Étnicos, se assim se podem chamar: Mestiços (71%), Africanos (28%) e Europeus (1%) que professam maioritariamente a religião cristã.




Marcadamente jovem na sua Estrutura Etária, com 32% dos efectivos entre os 0-14 anos (40% em 2005) e apenas 7% acima dos 65 anos (6% em 2005), a média de idades da população caboverdeana ronda os 20 anos.



A Esperança Média de Vida, que em 1975 rondava os 63 anos, atinge, em 2009, os 72 anos (69 para homens; 75 para as mulheres). A Taxa de Mortalidade Infantil, que em 1975 rondava os 1100/00 nascimentos vivos, representava, em 2004, um valor de 200/00 (440/00 em 1990; 260/00 em 2000; 280/00 até aos 5 anos em 2010), valor inferior às taxas de outros países de categoria de rendimento semelhante.


A Taxa de Crescimento da População, dependente dos fluxos migratórios, situou-se, no decénio 2001-2010 (data do último censo populacional) em cerca de 1,2% ao ano (cerca de 2,4% em 1991-2000; previsão 2010-2015: 0,9%). Em 2010, os agregados familiares eram constituídos, em média, por 3,9 membros (4,3 no meio rural, com 44% da população, e 3,6 no meio urbano, com 56% da população) e uma Fertilidade Média de 3,38 nascidos por mulher.



​​Devido à escassez de recursos naturais e à pobreza econômica da terra Cabo Verdiana (solos pobres, seca...) desde cedo a Emigração se converteu na única saída para o povo destas ilhas, de tal forma que a população Cabo Verdiana emigrada de 1ª geração deverá rondar os 520.000, número superior à população residente. Considerando os indivíduos nascidos nos destinos de emigração poderemos contar com um número próximo dos 800.000 indivíduos.



 O fenômeno migratório cabo Verdiano envolve um número significativo de núcleos espalhados por 3 continentes: África, Europa e América do Norte. Se do ponto de vista absoluto o conjunto das populações de origem Cabo Verdiana no exterior é relativamente reduzido, quando comparado com outras grandes diásporas mundiais, a sua dimensão relativa (superior à população residente no próprio país) e o seu grau de dispersão tornam-na um caso interessante.
 

Contudo, também no âmbito das estratégias de consolidação política e econômica do império colonial português os Cabo Verdianos assumiram um papel relevante. Na Guiné foram utilizados como mão-de-obra criando condições para a posterior instalação de colonos. Em São Tomé e Príncipe (e Angola nos anos 40-50) constituíram parte significativa da mão-de-obra que desde o terceiro quartel do século XIX permitiu a instalação das plantações de café e sobretudo café. Finalmente o maior nível de escolarização dos Cabo Verdianos tornou-os uma componente fundamental dos funcionários que integravam o sistema de serviços públicos e administração colonial portuguesa nos atuais PALOP.
 

Se a emigração Cabo Verdiana para os países de África assume um carácter forçado, já para os Estados Unidos, iniciada em finais do século XVII, liga-se à passagem dos baleeiros americanos pelos portos do arquipélago fixando-se em atividades industriais e agrícolas, em cidades como New Bedford.
 

As restrições impostas à emigração para os EUA levaram à pesquisa de novos destinos com destaque para a Europa Ocidental onde os elevados níveis de crescimento do pós-guerra justificavam o recrutamento de mão-de-obra exterior. Portugal serviu de plataforma giratória para outros países como Holanda (Roterdão) e mais tarde França, Luxemburgo, Itália e Suíça. A Espanha tornou-se também, no início dos anos 70 um destino para os Cabo Verdianos ao fixarem-se na zona de Léon, Madrid e Galiza.

Estima-se que entre 1963-1973 mais de 100.000 Cabo Verdianos tenham deixado o seu País espalhando-se por cerca de 25 países. 

 

 
Evolução da População
Barlavento “ao vento”
2000
2005 (est.)
2010 (real)
- Sto. Antão
47.170
47.484
43.915
- Boavista
4.209
5.398
9.162
- S. Nicolau
13.661
13.310
12.817
- S. Vicente
67.163
74.136
76.107
- Sal
14.816
17.631
25.765
- Sta. Luzia
-
-
-
Sotavento “contra o vento”
- Santiago
236.627
266.161
273.919
- Fogo
37.421
37.861
37.051
- Maio
6.754
7.506
6.952
- Brava
6.804
6.462
5.995
Ilhéus
-
-
-
Total
434.625
475.949
491.683
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