Fogo
Esta ilha, inicialmente denominada São Filipe, foi descoberta em 1460 e a proximidade com Santiago fez com que fosse a segunda ilha a ser povoada. A ilha tem o formato de um vulcão, que efetivamente existe e continua ativo, tendo acontecido a sua última erupção em Abril de 1995. A ilha tem 476 Km2 e o topo do vulcão é o ponto mais alto do arquipélago, com 2.829 metros de altura.
A ilha do Fogo teve grande importância na economia Cabo Verdiana nos anos após o seu descobrimento, pois tornou-se um complemento da atividade agrícola de Santiago; o algodão ali transformou-se em moeda de compra de escravos na costa africana, quando a Coroa Portuguesa declarou que só se podiam resgatar escravos com mercadorias produzidas no Arquipélago.
As roupas produzidas a partir deste algodão também tinham muita procura. O seu vinho, mais conhecido como “Manecon”, é um dos produtos mais exportados da ilha para o exterior de Cabo Verde. A sua sociedade era formada por três classes sociais: os brancos, os mulatos e os negros. Isto devia-se a uma discrepância no estatuto sociocultural da ilha, onde a classe dominante eram os brancos.
A emigração sentiu-se com a chegada dos baleeiros no séc. XIX, donde partiam muitos homens rumo aos Estados Unidos. A passagem frequente de baleeiros americanos, à procura de suprimentos e que já recrutavam mão-de obra na ilha Brava, no final do séc. XVIII e durante o séc. XIX, fizeram com que muitos naturais das duas ilhas emigrassem para os Estados Unidos. Depois da Independência, o governo construiu condutas de água, houve abertura de estradas e financiamento para a produção do café.
Hoje é uma das ilhas mais visitadas pelos turistas, devido à existência do seu vulcão e pela paisagem única da ilha - o preto áspero do seu chão, o sabor bom e de paladar inconfundível do seu café e do seu vinho. Majestosa, crescendo em volta de um vulcão ainda ativo, convida os amantes de caminhadas.