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fauna

Em Cabo Verde não existem animais ferozes nem venenosos. A fauna Cabo-Verdiana é constituída principalmente por animais domésticos e não-domésticos como aves, pequenos répteis, coleópteros, insetos endémicos e aves, existindo também várias espécies de pequenos símios na Ilha de Santiago. Existem perto de cento e cinco espécies de aves terrestres e marinhas, das quais cerca de quarenta e duas reproduzem-se localmente. Neste conjunto, vinte e quatro espécies e variedades são endémicas e outras são migratórias, da Europa, como a Garça-real, e África. Uma boa parte é marinha, construindo os seus ninhos em escarpas em redor das ilhas e ilhéus (Garça-vermelha e Milhafre, entre outras).

Das espécies raras ou em via de extinção convém salientar o Pato Marmoreado, Saltador e Asa Curta ou Milhafre. Das aves de rapina destacamos o Falcão, a Francelha ou Falilie, a Coruja e o Minhoto. Das espécies consideradas úteis, existem “Tchotas” (aves insectívoras), Pardal de Algodoeiro, Pardal da Barbaria, Passarinha de Pena Azul, Corvo, Garças e Calhandra do ilhéu Raso. Entre as variedades de répteis destacam-se os Lagartos e as lagartixas, na sua grande maioria espécies endémicas. O lagarto mais célebre, o Macrocercos cotei (lagarto gigante), pode atingir 50 cm de comprimento, é uma espécie muito rara e o risco de se extinguir é eminente.

A fauna marinha é bastante rica e diversificada devido à limpidez e temperatura amena da água (média 25ºC) e existência de plataformas de corais, não faltando peixes multicolores. Cabo Verde é considerado um dos três melhores locais do planeta para apanhar o Espadarte Azul do Atlântico, tão apreciado pelos desportistas da cana e do anzol, já que cada peixe pesa em média entre 90 e 150 kg, encontrando-se devidamente certificado pelas autoridades oficiais a captura de um dos maiores exemplares do género no Mundo, com 495 kg. Há também boas hipóteses de apanhar outras espécies como o Peixe-Serra, Bonito, Dourado e outros da família do Tubarão. Inúmeras espécies permanentes de peixes podem ser vistas em diferentes épocas do ano como a dourada, salmonete, esmoregal, pargo, mero, moreia, tainha, cherne; espécies migratórias como atuns, golfinhos, cachalotes, orcas e baleias surgem repentinamente. Por trás dos promontórios acontecem surpreendentes encontros com tartarugas gigantes, animal em perigo de extinção, de entre as cinco espécies que procuram estas ilhas. Da grande variedade de espécies permanentes e outras migratórias pode-se, entre estas últimas, referenciar os tunídeos, ocasionalmente cachalotes, orcas, baleias e as já referidas tartarugas gigantes, esta uma espécie protegida que desova na ilha do Maio.


A maior concentração está localizada na zona oriental do arquipélago - Sal, Boavista e Maio - por se encontrar na rota das migrações dos tunídeos que durante alguns meses do ano são relativamente abundantes. O arquipélago dispõe também de uma população sedentária de tunídeos, constituída principalmente por “Thunnus albacares” (albacora) e “Thunnus obesus” (Patudo). Entre os tunídeos migradores destaca-se o “Katsuwnus pelamis” (Gaiado), que atravessa Cabo Verde de Julho a Novembro. Em Cabo Verde existem cinco espécies de Tartaruga: “Chelonia mydas” (Tartaruga verde), “Careta Caretta” (Tartaruga vermelha), “Eretmochelys imbricata” (Tartaruga de casco), “Lepidochely olivacea” e “Dermochelys coriacea” (Tartaruga parda). As águas albergam ainda um grande número de crustáceos, com especial destaque para as lagostas. Existem quatro espécies de Lagosta: Scyllarides latus, Panulirus echinatus, Panulirus regius e Palinurus Charlestoni. Esta última é uma espécie endémica de Cabo Verde, vulgarmente conhecida por lagosta rosa.

Flora

A única espécie vegetal sobrevivente da época das descobertas é o dragoeiro, cuja maior concentração se situa em São Nicolau, Brava e Santo Antão. Têm sido levados a cabo programas para proteger as espécies endémicas e de reflorestamento, com especial incidência na ilha de Maio, que tem actualmente o maior perímetro florestal do país.

As ilhas de Cabo Verde, sendo formações que surgiram da actividade vulcânica submarina, foram dotadas de espécies animais e vegetais que se

foram adaptando ao relevo e micro-climas existentes, tornando-se diferentes dos seus antepassados. Sabe-se que, em tempos, a vegetação era exuberante, embora sem qualquer floresta rica em madeira.

A acção do homem sobre a natureza fez com que a vegetação sofresse dramática alteração. A criação de campos de cultivo e o desvio de cursos de água, a introdução de novas plantas de pastagem e a instalação do gado, nomeadamente cabras, e o corte de árvores e arbustos foram tão rápidas que a vegetação natural não pôde por si regenerar-se. A sua flora, embora não muito rica, diferencia-se horizontalmente de ilha para ilha e, verticalmente, conforme as altitudes nas diferentes ilhas.

 

Nas espécies da macaronésia encontra-se a maior percentagem das espécies vegetais endémicas de Cabo Verde, especialmente o marmulano, o dragoeiro, com maior concentração em São Nicolau e Brava, a Tamareira Cabo Verdiana, a Língua de Vaca, o tortolho, o lantisco e a losna, etc. As espécies da África tropical, principalmente das zonas sahelianas, predominam nos andares baixos. Nesta zona encontra-se uma vegetação de transição entre a Savana (Estepe) arbórea ou herbácea, tipos relativamente secos não diferenciados, e estepe arbórea com abundância de Acácias ou outras espécies de zonas húmidas.



São plantas de origem sudano-saheliano como a calabaceira, o poilão, o tamarindo, a Figueira Brava, o zimbrão, o Espinho Branco, o Bombardeiro, o barnelo, etc. Por sua vez, nos andares superiores, entre os 400 e os 1.400 metros, temos a vegetação húmida ou sub-húmida, com culturas tropicais. As plantas introduzidas pelo homem são mais de 200 espécies, com procedência de quase todos os continentes, cultivando-se para alimentação o milho, o feijão, a fava, a batata doce, a batata comum, o tomate, a mandioca, etc. 

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